03 fevereiro 2009

Teoria do lápis branco



Todo mundo nasce portando uma caixa de lápis de cor.
Seja ela do tamanho que for: de seis...
Doze...
Vinte e quatro...
Trinta e seis.
Aquelas que montam e desmontam.
Que possuem todas as cores imagináveis.
Não interessa.
O importante é que todos nós nascemos donos de uma caixa de lápis de cor.
E mais importante ainda é que essas caixas sempre vão do branco ao preto.
Ao longo do tempo usamos essa caixa de várias formas. Aprendemos a dar cores aos momentos especiais.
Em dias nublados, podemos deixar nosso céu mais azul.
Na seca, folhas ganham cores diferentes.
Cada um usa o lápis como quiser.
Só quando ficamos mais velhos... e o nosso coração alcança o vermelho intenso... é que descobrimos a verdadeira utilidade da caixa de lápis de cor.
A caixa representa o amor.
E cada lápis uma oportunidade de amar.
E assim vamos do branco ao preto.
Por isso o primeiro amor é sempre o mais puro...
O mais gostoso.
Cheio de novidades.
Repleto de descobertas.
É para o primeiro amor que entregamos o primeiro lápis da caixa: o lápis branco.
É quando tudo parece que será eterno.
E para algumas pessoas é mesmo.
É quando nada é mais colorido do que amar quem recebeu de nossas mãos o primeiro lápis da caixa repleta de cores.
O branco é a mistura de todas as cores.
É a explosão máxima de todas elas.
Girando... enlouquecidamente...
Tão quentes que se misturam e se transformam numa paz celestial.
O lápis branco é o mais puro de todos os amores. É a primeira experiência de desprendimento. Do ato de entregar a alguém o que de mais precioso podemos possuir.
O lápis branco, assim como o primeiro amor, é o mais difícil de esquecer. Quando ele acaba é como se o mundo caísse em uma escuridão absoluta.
Sem luz,
sem cores,
sem vida.
Seco.
Nublado.
E tudo ao seu tempo...
Até que num belo dia, achamos no fundo da gaveta, a velha caixa de lápis coloridos. E para a nossa surpresa ainda recheada de outras opções de cores.
Do amarelinho ao vermelho intenso.
Do verde água ao roxo,
ao lilás,
ao musgo.
Azul claro, céu, turquesa...
O lápis branco não existe mais. Foi entregue a alguém especial. Mas ainda existem outras possibilidades...
Que a seu tempo irão colorir outras páginas...
Mais maduras...
É assim no mundo das cores.
Pense bem... Com quem está o seu lápis branco?
Quantos lápis você já entregou ao longo da vida?
E não se esqueça:
Uma grande obra de arte é fruto de uma grande inspiração...

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Boa tarde, meu caro Osmar!
Como sempre me surpreendendo com sua criatividade coloridíssima...
É isso aí! Cada um com a sua caixa de lapis de cor que lhe convier... Colorindo a vida de forma aceitavel. Em verso e prosa. Do branco ao preto... Do papel ao tecido... Enfim uma cor para cada momento. Amor. Odio. Prazer. Alegria. Feliciadade...Dando sentido a vida...
Um bjo e boa semana.