05 novembro 2008

Sucesso... De quem?





No dia em que o mundo comemora a vitória do primeiro Presidente negro da história dos Estados Unidos, eu resolvi discutir uma coisa chamada: sucesso.

[Do lat. successu.]
Substantivo masculino.
Bom êxito; resultado feliz.

Barack Obama é um vitorioso. Daqueles que vão entrar para a história como exemplo. Aquele que tinha tudo para dar errado, mas que deu certo. Origem pobre, filho de pai negro, mãe branca, americana desorientada. Família desestruturada. Força de vontade na escola... Único aluno negro... Até chegar a Harvard.
Definitivamente Obama é um exemplo de sucesso.
O que vai acontecer com ele a partir de agora prefiro esperar para conferir (me basta a experiência Lula).

Obama venceu a famosa corrida para a Casa Branca. Mas prefiro escrever sobre o John McCain. Aquele senhor setuagenário que ficou para trás na corrida. Faltou-lhe fôlego. O bom negro Obama, não ‘negou a raça’ e disparou na frente. Recorde de votos numa eleição histórica. Antes mesmo do resultado oficial McCain fez um discurso admitindo a derrota e cumprimentando o oponente (agora aliado) pelo sucesso da campanha e da carreira. O sucesso do jovem Obama atropelava o cansado e derrotado de cabelos brancos McCain.

Quantas vezes nos sentimos assim ao longo da vida? Derrotados. Atropelados. Mortos na praia. E aí me pergunto:
Qual a obrigação do sucesso?
Para quê tanto sucesso?
Ha pouco discutia com a Maria (uma colega aqui do trabalho) a saudade que sentimos da família que está longe. Saímos de nossas cidades para correr atrás do sucesso na cidade grande.
E será que vamos nos dar por satisfeitos algum dia?
Será que vamos parar de entrar em corridas ‘pela Casa Branca’?

‘Se não está preparado, então volte para o seu pequi com arroz e frango’!!!! Grita o meu superego.

Diariamente enfrentamos uma corrida como essa. Não importa se somos negros, brancos, pardos, latinos. Disputamos espaços no trânsito. No trabalho. Até a atenção dos outros precisamos disputar. Esta semana (uma semana muito especial para mim) resolvi me entregar ao esquecimento. Testar até que ponto as pessoas se importariam com a minha existência.
Se eu estou bem.
Se cheguei bem em casa.
Se resolvi aquele problema que me afligia.
Não tenho tido bons resultados. É incrível atender ao telefone para ouvir detalhes sobre a corrida a ‘Casa Branca’ alheia. Pouquíssima, quase raríssimas pessoas começam uma conversa dispostos a saber como vai a minha “corrida pela Casa Branca”. Se me permitem dizer, estou bem atrás do primeiro colocado. E talvez por isso queira um pouco mais de atenção. Se estivesse em primeiro lugar na disputa acho que também não olharia para trás.
Não é que isso que aprendemos? Nunca olhar para trás!!!!!!!!!

Obama não olhou para trás. Um líder deve se comportar dessa forma. E um líder como Obama não será diferente. McCain em breve será esquecido. Assim como John Kerry e Algore.
E nunca se esqueça! Só os primeiros serão lembrados.

Prefiro encarar este texto como uma pausa... Um respiro na minha corrida particular à Casa Branca.

Então, vamos à luta.

Nenhum comentário: