16 novembro 2008

Um dia quente...




O dia começou anunciando que seria diferente. Bastou abrir a janela do quarto para ser invadido pela luz e pelo calor do sol. Temperatura média de 30 graus.
Esse seria mesmo um dia quente.
Durante o banho, Célia Cruz me fez relembrar as noite cubanas. Calientes, envolventes e sedutoras. Foi um banho longo. Movimentos à cubana.
Realmente era um dia quente.
E para dias quentes pedem-se roupas leves, curtas e claras. Bastou caminhar em direção à Paulista para ver que muitos seguiram o conselho à risca. Pernas e braços à mostra. Muitas pernas e muitos braços... Tudo muito à mostra. Vestidos finos, em peles brancas... Silhuetas de inverno timidamente reveladas num sol de primavera.
Definitivamente era um dia quente.
O calor fez a cidade se movimentar mais lentamente. E os olhares para o desnudo foram inevitáveis. Na esquina da Paulista com a Itapeva uma cena inusitada. O policial militar não conseguia esconder o calor que sentia ao conversar com uma estudante de enfermagem... Timidamente ela segurava os livros enquanto trocavam olhares adolescentes. Cenas reveladoras de um dia quente.
O uniforme do PM revelava mais do que ansiedade. E a blusa branca transparente da jovem estudante dava os sinais de aprovação... Um sensual pedido de aproximação. Contra a lei? A favor da sedução.
O dia estava quente para todos...
E quando cheguei ao subsolo da cidade...
Um casal se agarrava dentro do metrô. Agiam como se estivessem sozinhos no vagão. As mãos eram de uma habilidade de fazer inveja a qualquer amante...
Os quadris não eram mais o limite.
Línguas ágeis.
Romanticamente nervosas matavam a sede um do outro.
O concreto frio que sustenta as estações do metrô nunca sentiu o sol da superfície. Hoje sentiu o calor dos jovens amantes. Corpos quentes escorados no concreto frio.
Um dia quente.
Até chegar ao trabalho e mergulhar no ar condicionado.

Um comentário:

Adrix disse...

Adoro...simplesmente adoro ler você...beijos