No fundo... No fundo eu sempre achei que eu era uma estrela...
Ou que pelo menos tinha tudo para ser uma estrela...
Tinha todas as neuras que uma estrela tem.
Manias de estrela.
Relógio biológico de uma estrela.
Apetite de estrela.
Criatividade de estrela.
Mas achava que não era uma estrela.
Achava que era apagadinho que só vendo.
Hoje eu sou uma estrela. Agora eu sou uma estrela...
Ou que pelo menos tinha tudo para ser uma estrela...
Tinha todas as neuras que uma estrela tem.
Manias de estrela.
Relógio biológico de uma estrela.
Apetite de estrela.
Criatividade de estrela.
Mas achava que não era uma estrela.
Achava que era apagadinho que só vendo.
Hoje eu sou uma estrela. Agora eu sou uma estrela...
Tomando um vinho...
Queijos...
Chico César.
E a mente fervilhando de pensamentos.
O coração repleto de sentimentos.
De diferentes tipos. Tamanhos, cores e odores.
Tenho todos dentro de mim hoje.
Alguns estão em festa.
Outros meio ressentidos com a vida.
Outros querendo ir à forra.
E outros pedindo um pouco mais de vinho.
Quer mais estrela do que isso? Ou será esquizofrenia?
Mas que estrela não é esquizofrênica?
Hoje eu sou uma estrela. E o melhor... O brilho é tão próprio. Tão de dentro.
Lembra quando a gente queria que a vida da gente tivesse a cara da gente. É isso. Descobri uma vida nova... Uma cara nova. Estranha... desgranhenta, mas tão rica...
Outro dia me enfiei debaixo de uma prateleira... Em busca de vinis antigos... Sentei-me no chão... Revirei a poeira e salvei as delícias da Bossa Nova... Limpei o rosto empoeirado da Elza Soares. A jovem Elza Soares...
Estava ali no cantinho da loja... Sentado no cão... Revirando o que de mais antigo havia por ali...
Eu era uma estrela... Agora eu sou uma estrela.
Achei Elis... E descobri que eu era uma estrela... Pobre...
Pobre estrela. Sessenta reais por uma de suas gravações. Ela era uma estrela. Um bolachão por sessenta reais. E eu ali no chão...
Mas ao lado dos vinis ‘a um real’ voltei a me sentir uma estrela...
Poderia comprar dez de uma vez... Xuxa... Djavan... Trem da Alegria... Simoni...
Achei melhor comprar só a Rita Lee... e o Charles Asnavour.
Isso é ser uma estrela. Saber o melhor momento para agir.
Literalmente limpar a poeira da bunda e sair de fininho...
Mas carregar os meus vinis pela Paulista me fez sentir uma estrela novamente. Assim como estou hoje. Como uma estrela, tenho hora marcada para terminar a minha noite. Assim que terminar de ouvir os dois vinis adquiridos na Augusta...
Me renderei aos CDs.
Acho que sim...
Mais um gole de vinho.
Antes da despedida.
Um comentário:
"brilhar, brilhar, quase sem querer/ deixar, deixar ser o que se é"... a letra é do vitor ramil, da música "estrela, estrela". gente, que ótimo isso! bjs de
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