15 outubro 2008

T.I.M. (Telefonia Incrivelmente de M...)

Vou contar essa história pela milésima vez:
Há dois dias (tudo começou no dia 14/10) ligo insistentemente para o serviço de atendimento aos clientes da Telefonia Incrivelmente de M.., conhecida como TIM. Caso você não saiba:
‘Para Clientes Incrivelmente de M... basta ligar do seu aparelho para o número: *144’.
Existe um 0800, mas prefiro me ater a minha experiência no *144. Não preciso dizer que foram horas perdidas até conseguir a atenção completa de um dos atendentes. Nessa minha saga passei por centrais de atendimento em várias partes do país.
Viva a globalização!!!!
Fui atendido por gentis desconhecidos e desinformados do Sul, Sudeste, Nordeste e Centro Oeste. A última funcionária era dona de um sotaque tão mineiro que me deu saudade de casa. Da terrinha. Do meu Goiás.
Mas estava há horas esperando por uma solução.
Pasmem!!!!
Em dois dias e horas de tentativas conversei com 11 atendentes.
Para todos repeti a mesma história:

- Olá boa tarde, bom dia, boa noite.

No dia 17/07 tive o meu telefone celular roubado.
(Não se preocupem foi roubado no estacionamento onde deixei o carro.)
Como um cidadão exemplar, fiz o boletim de ocorrência e me dirigi até a loja mais próxima da TIM.
Comprei outro celular...
Outro chip...
E pedi para o vendedor que tentasse manter o mesmo número da minha antiga linha. Como num passe de mágica, e graças à tecnologia, em menos de uma hora, estava tudo resolvido. Empolgado com o meu novo aparelho e para esquecer a chateação do assalto ainda comprei acessórios para o celular. Chip de memória, cabos para conexão no computador... Essas maravilhas da vida moderna.

- Você está me ouvindo?

- Sim, senhor. Estou anotando no seu protocolo de atendimento.

Dois meses depois recebi a fatura com 28 ligações para a Bahia. O ladrão ligou para toda a família. Ao todo 130 reais.
Portanto, caro atendente, estou ligando para contestar a conta. Acho, ou melhor, tenho a petulância de achar que não sou obrigado a pagar pelo desvio de conduta dos outros, nem pela miséria dessa sociedade de M...

- Sim... tudo bem. Eu aguardo mais um pouco.

Fui direcionado para a loja da conceituada empresa de telefonia para resolver o que decidiram chamar de falha no sistema – da loja.
Falha humana, mesmo.
Me venderam tudo o que eles tinham e esqueceram do principal:
registrar o roubo no sistema.
Portanto, não podem cancelar ligações que teoricamente foram feitas por mim.

- Mas senhor, calma. Tente entender. Se não há o registro no sistema não podemos fazer nada.
- Se eu fizer alguma coisa o sistema vai entender que estou fraudando o sistema.

Ela tinha razão.
Eu queria fraudar o sistema em 130 reais.

- Só mais um minuto, por favor, enquanto consulto o sistema.

O que ninguém percebeu é que o sistema deletou um crime. Se não foi registrado no sistema, não existiu. Eu não tive o meu celular roubado. Eu fiz as ligações para os parentes na Bahia.
Será?
O sistema pode ter razão.
Não!!!!!! O sistema tem razão...

- Senhor, desculpe da demora. Realmente fizemos uma análise no sistema e ele não reconhece a sua reclamação. Mais alguma dúvida?

Se eu tinha mais alguma dúvida?
Não acreditei quando ouvi isso.
Eu não tinha dúvida alguma. A partir daquele momento, eu tinha uma certeza:

ESTAVA LIGANDO PARA UMA CENTRAL DE ATENDIMENTO DE M...
DE UMA OPERADORA DE M...
SENTADO NUMA CADEIRA DURA DE M...
NUM PAÍS DE M...

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