27 novembro 2008

Saudade da terrinha...

Quando bate saudade de Goiânia procuro suas vozes pela rede... E olha só o que eu achei dessa vez:



A Guetsu tem uma história interessante. Trabalhamos juntos quando a banda ainda estava junta... Parece que foi ontem no quadro do Jornal Hoje " O Novo Som do Brasil":



Não podia deixar ela de fora. Nila Branco. Estava neste show. Gravação do DVD. Sucesso!!!!! Veja:

21 novembro 2008

Tema do dia...

V... i... d... a... p... u... l... v... e... r... i... z... a... d... a ...

Uma vida e...s...p...a...l...h...a...d...a...
Pertences e...s...p...a...l...h...a...d...o...s...
Nesse momento as coisas que construí estão e...s...p...a...r...r...a...m...a...d...a...s pela Paulicéia.
Velhos móveis na Heitor Penteado.
Velhas recordações na Plínio Barreto.
Móveis à espera de um destino no subsolo do prédio.
Móveis à espera de um morador na Maceió com a Consolação.
Cama, geladeira e fogão no litoral.
Lembro de um Cd que deixei na Teodoro. Saudades daquelas músicas.
Nunca mais voltei para buscá-las.
Uma pasta... uma portaria... Frei Caneca.
A espera de novidades num antigo e ligeiro endereço. Lembro dos sons da Augusta na janela do quarto. O relógio do Banco Itaú na estação Consolação...
Chegar em casa...
Minha vida nunca esteve tão e...s...p...a...r...r...a...m...a...d...a... por essa cidade. Situação comum em mudanças.
Incomum é esse sentimento de ser p...u...l...v...e...r...i...z...a...d...o...
Eaangústiaeodesesperodetentarreunirtudonovamente.
As
peças
perderam
o
sentido.
P
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e
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m
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o encaixe.
Precisam de nova liga.
Nova lida.
De repente a desorganização. A necessidade da limpeza. E a frieza do recomeço.
De repente a incapacidade.
A infelicidade.
A insegurança nessa cidade bandida.
O medo de que me levem o pouco que restou de tudo que construí.
Saudades do carro antigo. Do mundo antigo. Das leis antigas.
Das minhas antigas regras de convivência.
Fáceis regras de convivência. Da certeza de que o caminho era esse mesmo. Da pizza de mussarela na geladeira. Coca cola sem culpa. Pipoca de microondas...
Música... Filmes... E a paz...
Para onde voltar?
Ocuparam meu espaço na Heitor Penteado.
Desocupamos a Plínio Barreto.
Esquecemos por instantes a Frei Caneca.
Eu e o medo mudamos para a Maceió com a Consolação. Estamos nos estranhando. Relutando um com o outro. O medo do primeiro banho. A primeira noite. Os sons que invadem o apartamento...
Velho... Como me sinto nesse momento.
Velho... Sentado num canto da sala colando pedaços.
Refazendo peças.
Reescrevendo detalhes.
Juntando os pedaços p...u...l...v...e...r...i...z...a...d...o...s...
Em busca de uma noite tranqüila...
Inteira.

16 novembro 2008

Um dia quente...




O dia começou anunciando que seria diferente. Bastou abrir a janela do quarto para ser invadido pela luz e pelo calor do sol. Temperatura média de 30 graus.
Esse seria mesmo um dia quente.
Durante o banho, Célia Cruz me fez relembrar as noite cubanas. Calientes, envolventes e sedutoras. Foi um banho longo. Movimentos à cubana.
Realmente era um dia quente.
E para dias quentes pedem-se roupas leves, curtas e claras. Bastou caminhar em direção à Paulista para ver que muitos seguiram o conselho à risca. Pernas e braços à mostra. Muitas pernas e muitos braços... Tudo muito à mostra. Vestidos finos, em peles brancas... Silhuetas de inverno timidamente reveladas num sol de primavera.
Definitivamente era um dia quente.
O calor fez a cidade se movimentar mais lentamente. E os olhares para o desnudo foram inevitáveis. Na esquina da Paulista com a Itapeva uma cena inusitada. O policial militar não conseguia esconder o calor que sentia ao conversar com uma estudante de enfermagem... Timidamente ela segurava os livros enquanto trocavam olhares adolescentes. Cenas reveladoras de um dia quente.
O uniforme do PM revelava mais do que ansiedade. E a blusa branca transparente da jovem estudante dava os sinais de aprovação... Um sensual pedido de aproximação. Contra a lei? A favor da sedução.
O dia estava quente para todos...
E quando cheguei ao subsolo da cidade...
Um casal se agarrava dentro do metrô. Agiam como se estivessem sozinhos no vagão. As mãos eram de uma habilidade de fazer inveja a qualquer amante...
Os quadris não eram mais o limite.
Línguas ágeis.
Romanticamente nervosas matavam a sede um do outro.
O concreto frio que sustenta as estações do metrô nunca sentiu o sol da superfície. Hoje sentiu o calor dos jovens amantes. Corpos quentes escorados no concreto frio.
Um dia quente.
Até chegar ao trabalho e mergulhar no ar condicionado.

05 novembro 2008

É isso

Sucesso... De quem?





No dia em que o mundo comemora a vitória do primeiro Presidente negro da história dos Estados Unidos, eu resolvi discutir uma coisa chamada: sucesso.

[Do lat. successu.]
Substantivo masculino.
Bom êxito; resultado feliz.

Barack Obama é um vitorioso. Daqueles que vão entrar para a história como exemplo. Aquele que tinha tudo para dar errado, mas que deu certo. Origem pobre, filho de pai negro, mãe branca, americana desorientada. Família desestruturada. Força de vontade na escola... Único aluno negro... Até chegar a Harvard.
Definitivamente Obama é um exemplo de sucesso.
O que vai acontecer com ele a partir de agora prefiro esperar para conferir (me basta a experiência Lula).

Obama venceu a famosa corrida para a Casa Branca. Mas prefiro escrever sobre o John McCain. Aquele senhor setuagenário que ficou para trás na corrida. Faltou-lhe fôlego. O bom negro Obama, não ‘negou a raça’ e disparou na frente. Recorde de votos numa eleição histórica. Antes mesmo do resultado oficial McCain fez um discurso admitindo a derrota e cumprimentando o oponente (agora aliado) pelo sucesso da campanha e da carreira. O sucesso do jovem Obama atropelava o cansado e derrotado de cabelos brancos McCain.

Quantas vezes nos sentimos assim ao longo da vida? Derrotados. Atropelados. Mortos na praia. E aí me pergunto:
Qual a obrigação do sucesso?
Para quê tanto sucesso?
Ha pouco discutia com a Maria (uma colega aqui do trabalho) a saudade que sentimos da família que está longe. Saímos de nossas cidades para correr atrás do sucesso na cidade grande.
E será que vamos nos dar por satisfeitos algum dia?
Será que vamos parar de entrar em corridas ‘pela Casa Branca’?

‘Se não está preparado, então volte para o seu pequi com arroz e frango’!!!! Grita o meu superego.

Diariamente enfrentamos uma corrida como essa. Não importa se somos negros, brancos, pardos, latinos. Disputamos espaços no trânsito. No trabalho. Até a atenção dos outros precisamos disputar. Esta semana (uma semana muito especial para mim) resolvi me entregar ao esquecimento. Testar até que ponto as pessoas se importariam com a minha existência.
Se eu estou bem.
Se cheguei bem em casa.
Se resolvi aquele problema que me afligia.
Não tenho tido bons resultados. É incrível atender ao telefone para ouvir detalhes sobre a corrida a ‘Casa Branca’ alheia. Pouquíssima, quase raríssimas pessoas começam uma conversa dispostos a saber como vai a minha “corrida pela Casa Branca”. Se me permitem dizer, estou bem atrás do primeiro colocado. E talvez por isso queira um pouco mais de atenção. Se estivesse em primeiro lugar na disputa acho que também não olharia para trás.
Não é que isso que aprendemos? Nunca olhar para trás!!!!!!!!!

Obama não olhou para trás. Um líder deve se comportar dessa forma. E um líder como Obama não será diferente. McCain em breve será esquecido. Assim como John Kerry e Algore.
E nunca se esqueça! Só os primeiros serão lembrados.

Prefiro encarar este texto como uma pausa... Um respiro na minha corrida particular à Casa Branca.

Então, vamos à luta.