27 maio 2009

Noite em preto e branco...

Gigliola Cinquetti passou lá em casa ontem.
Comemos uma pizza.
Foi uma noite interessante. Um sonho em preto e branco, na casa da luz vermelha.
Uma delícia de filme. Simples como as coisas deveriam ser.
Faltou um pouco de drama. Como um bom aquariano preciso de um pouco de drama. Mas ela foi bem recebida. E entrou para a minha lista de prazeres.

26 maio 2009

Teoria da pessoa limpinha...

Com essa trilha sonora o texto fica melhor.
Aumente o volume e vá em frente.
Com vocês: A teoria da pessoa limpinha.
De: Osmar Junior ao som de Jewel.



Você já conheceu uma pessoa limpinha?
Não falo da higiene pessoal. De roupas bacanas ou cabelos molhados. Cheiro de sabonete e loção hidratante.
Uma pessoa limpinha que tenha a alma limpinha...
Lembro-me de pouquíssimos amigos assim.
Não adianta passar horas no banho, usar todos aqueles produtos de beleza. A alma ou é limpa... Ou não é.
Isso não significa que as outras pessoas não sejam interessantes. São, e muito. A diferença é que elas possuem pecado. Coisas que nos tornam mais humanos e menos entidade. Uma pessoa limpinha, mesmo pecaminosa por natureza, tem a alma limpa. E isso a torna uma espécie de entidade. E sempre vão ser assim.
Isso não tem nada a ver com bondade, beleza interior, senso de humor, humildade. A existência ou ausência dessas qualidades não torna ninguém mais limpo ou sujo. É por isso que nós, almas tortuosas, queremos tanto ficar próximos das pessoas donas de almas limpinhas.
Como se alma limpa fosse contagioso.
Passasse pelo contato ou contagiasse pela convivência.
Um espirro... e levamos um banho de alma. Não.
Poucos nasceram de alma limpa.
Almas limpinhas são raridade nesse mundo de meu Deus. São seres humanos comuns. Cheios de defeitos e com algumas qualidades. Mas eles são diferentes se olhados de perto. Mais detalhadamente. São quase puros, esses seres de alma limpa.
Não são de alma branca ou negra. São limpos. Sem cheiro, ou cheiro bom. É como uma folha que nunca amassa. Como as havaianas: não deforma, não tem cheiro e não solta as tiras. Na maioria das vezes, pessoas de alma limpinha não sabem que são assim. E não conseguem entender o que seja uma alma higienizada. Eles simplesmente são e pronto. É como uma parede a espera de pintura. Para sempre. E isso chama a atenção da gente. Paredes já tomadas por tantas cores, tantas camadas de tinta.
Rachaduras, descascados.
Isso não nos torna melhores ou piores, mais interessantes ou menos interessantes. Não é um delimitador de espaço, ou território. Ninguém é ‘mais bom’ ou ‘menos bom’. Só é limpinho.
É fato: as pessoas limpinhas existem. E estão espalhadas pelo planeta.
Você já conheceu uma pessoa de alma limpinha?

22 maio 2009

Café da manhã com Cindy...

Algumas coisas vão sempre me surpreender. Como acordar num dia lindo, tomar um banho quente e participar de um café da manhã com Cindy Lauper...
Algumas coisas vão sempre me surpreender. Como acordar de manhã, fazer uma surpresa quando chega o fim do dia e ser surpreendido por ela...
Algumas coisas vão sempre me surpreender. Como estrear pijamas novos, macios e cheirosos.
Assim dizia o meu livro de auto ajuda:
Mova-se!!!!!!!!!!
E o mundo moverá seguindo os seus passos.
Ontem eu decidi me mover...
Hoje ele se moveu para mim, mais uma vez. Ao som de Cindy...

18 maio 2009

Uma reta...




Dizem que o que liga dois pontos é uma reta. Taí. Somos uma reta.
Ela, a primeira de todas.
Eu, o que escapuliu e veio por último.
Ela, a que sentiu na pele as agruras da vida.
Eu, que senti as agruras como se fosse uma criança que não entende bem da vida.
Ela, uma inspiração.
Eu, uma conexão.
Entre ela e o mundo.
Ela, minha irmã mais velha: Maria Antonieta... Nome imponente. Assim como ela. Uma leonina de fazer inveja.
Eu, um reflexo da reta que liga esses dois pontos. Um aquariano sem juba.
Ela, escreveu isso (leiam com atenção):

''Desconheço.
Ainda vejo o seu rosto
em todas as peles;
ainda busco teus olhos nos olhos alheios

algo não sai do meu pensamento
por quê?
Fixação tão intensa por quem não conheço.
Não me pertence? Obsessão ! paixão ! tédio !
Você é minha dieta, de paixão e gozo
te pego no vácuo.

Mil BJS....

Obs: Antonieta..


Eu, decidi publicar.
E fazer uma homenagem.

Adoro ganhar música de presente...

Cantor de Banheiro.



Sempre levo música para dentro do banheiro. Um pouco de calma enquanto me livro das impurezas da vida...
Do dia...
De uma longa caminhada.
Desta vez, foi de lá – inside of my bathroom - que veio o som.
Uma espécie de cantor de banheiro. Sem compromisso com a afinação...
O chuveiro como testemunha. O box como palco. O barulho da água como orquestra.
Ganhei uma canção de presente.
Água morna. Cheiro de sabonete de figo. Perfume importado. E uma canção.
Branca... Ingênua... Alva... Incrédula...Reluzente... Cheia de novidades.
Ganhei uma inspiração.
E finalmente A CASA DA LUZ VERMELHA cumpriu a sua missão.
Foi ‘novayorquina’.
Foi barulhenta.
Foi invadida pela música.
Pelas pessoas.
Seduziu novos namorados. Estimulou antigas paixões. Foi segredo. Foi mistério.
A casa da luz vermelha foi invadida pela vida das pessoas. E a música de cada um.
Quanta música.
A casa permaneceu limpa. Manteve-nos limpos. Protegidos. Aquecidos na noite fria.
E a música ao fundo.
Como pano de fundo.
No fundo da alma.
Mas lá no fundo... Bem lá no fundo, ela foi a grande estrela da noite.
Vinda da rua...
Da vitrola...
Do novo aparelho de som...
E agora, também, do Box do banheiro...

14 maio 2009

Saída 151

Para achar a saída 151 é preciso entrar.
E para entrar é preciso um certo despertar.
Um pouco de coragem, quase uma ousadia infantil.
Daquelas que não teme a morte, tampouco a falta de sorte, muito menos os acasos da vida.
Para achar a saída 151 é preciso entrar.
Assim como entramos por tantas vias erradas.
Ou erramos tantas entradas que poderiam ser as certas.
É uma contagem regressiva que não pára nunca.
É preciso sair...
Só assim a gente consegue entrar.
E de repente, aparece no meio do caminho... pouca luz... muito vento... meio perdido... meio amedrontado... a saída 151.
Uma entrada ao novo.
Ou simplesmente um pouco mais do velho...
Do velho hábito de tentar fazer tudo novamente da mesma forma, mas de maneira diferente.
Para entrar é preciso estar na saída 151.
Para experimentar...
Para ousar...
Para destruir tabus...
Para dormir uma noite em paz...
Para sentir os clamores do seu próprio corpo tantas vezes silenciado...
Para pedir...
Para ouvir...
Para se encantar...
Basta apenas uma coisa:
Entrar pela saída 151.
Não tem segredo.
Luz alta... Pouco senso de direção... Muita atenção...
E a sensação de que não é uma saída...
É apenas uma chegada.

11 maio 2009

reentrada na atmosfera...

Estou de volta...
Mais de volta do que nunca...
Tantas voltas para voltar ao meu lar doce lar...
ESTOU DE VOLTA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
E, DEFINITVAMENTE PRONTO PARA A REENTRADA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

09 maio 2009

Oração de um bêbado...

Estou pronto...
Nunca estive tão pronto como agora.
Pode vir me buscar.
Venha me buscar...
Estou pronto...Perdoe-me pelo que não consegui beber até agora.
Pelas latinhas que congelaram no congelador.
Pelas cervejas que esquentaram no meu copo.
Não fui rápido demais para saciá-las.
E por isso não fui digno.
Estou pronto...
Pode vir me buscar...
Me leve...
De preferência para onde tenha uma boa música...
Uma boa 'vibe'...
Quanto àquela parte dos inimigos, estou tranquilo... arrume uma cadeira para eles também...
Longe de mim, de preferência.
Mas não os negarei o último gole...
Até o brinde...
Até que a morte nos separe...
Até que o celular nos desperte no dia seguinte.
Até que os nossos segredos mais íntimos sejam trocados por uma bem gelada.
Até que o soluço nos interrompa o discurso...
Até que que o desabafo...
Até que a conversa...
Até que o bafo...
E no fim, afaste de mim a ressaca.
A Neusa (dina).
E me mantenha pronto para a próxima...

Saúde...

07 maio 2009

Sobre Bananas e Belezuras

É engraçado, mas alguns temas são difíceis de escrever. Sobre Bananas e Belezuras é uma tentativa. A primeira tentativa de uma série. Desde que cheguei a Goiânia tenho sido acompanhado por uma deliciosa criatura. E essa é uma homenagem.
Às vezes quando estamos juntos parecemos duas pessoas normais...



Por pouco tempo...



Belezura me acompanha nessa 'longa estrada da vida'. Uma relação estranha, mas interessante. Complexa demais para ser resumida num post. Em apenas um post. Já nos separamos algumas vezes. Separações mesmo. E depois voltamos a nos encontrar. E encontros são sempre bem vindos. Ela pisa na bola... Deixa de cumprir com alguns acordos, mas na hora 'h' está do meu lado. E aí tudo volta a ficar tranquilo. Belezura é uma referência. A quem eu faço uma deferência. A ela ensinei algumas coisas. Como o significado da palavra PROLIXO. E tantos outros significados. E ela me ensinou que vale à pena ensinar. E acabei aprendendo.



Belezura tem um olhar diferente sobre as coisas.
Meio infantil, meio PETER PAN às avessas. Às vezes acho que ela não olha nada. Engata a primeira no seu gol quadrado e vai embora.



Segue em disparada para a terra do nunca.
Do nunca mais vou passar por isso novamente...
Do nunca mais vão me fazer de idiota...
Do nunca vou precisar me humilhar novamente...
Do nunca vão conseguir me deixar triste...

É mas Belezura chora. E chorou algumas raras vezes comigo. E mais uma vez eu aprendi. Mas ela mais sorri do que chora. Apesar de às vezes eu achar que ela mais chora do que sorri. Seus delicados olhos grandes não deixam ela nos enganar. É difícil aprender a linguagem deles, mas quando se pega o jeito a coisa deslancha. Belezura é uma companheira. Das boas. Das grandes. Pra qualquer hora. Companheira de boteco. De cerveja, de neuras, de desabafos, de aventuras...
E esse era um bom momento para uma pequena homenagem. Um dia escrevo mais.



Ah, porque Banana?
Foi Belezura quem me mostrou, pela primeira vez como, eu era um BANANA na vida. Amadureci...
E resolvei escrever sobre isso.

BA-NA-NAS-E-BE-LE-ZU-RAS

06 maio 2009

Diário de Bordo nº 05052009

Hoje pousamos em um planeta bem diferente. Chamado de Centro de Goiânia. Não foi a primeira vez que passamos por este planetinha único. Mas é sempre uma experiência única ver como esse lugar se movimenta ao longo dos anos. Goiânia foi uma cidade planejada por Attílio Corrêa Lima no final da década de trinta. A maioria dos prédios foi construída no estilo art decó. Prédios pequenos, pouco imponentes, mas de uma riqueza singular. Essas são as luminárias de um prédio do centro chamado Paternon Center. Quer mais?




Nesse passeio contei com a ajuda de uma guia bem experiente. Adrix fez questão de me mostrar alguns cantinhos bem interessantes. E aos poucos fomos descobrindo um pouquinho mais de Goiânia. Lugares novos e lugares não tão novos assim. Na foto, Adriana, minha guia, e ao fundo a Avenida Goiás. Restaurada recentemente. A principal avenida do Centro Histórico.



Essa avenida liga o Centro Administrativo à Estação Ferroviária. No início, Goiânia era só isso. Hoje tem mais de um milhão e trezentos mil habitantes. E durante muito tempo eu fui um deles.



É bom andar por essa cidade. Fiz isso tantas vezes. Mas hoje tem um significado diferente. Ser turista na sua própria cidade. Redescobrir os seus movimentos particulares, as particularidades dos seus moradores, da sua gente. Lugares que foram e ainda são importantes para uma das capitais mais verdes do planeta.





Desta vez não passamos por pontos turísticos. Queria absorver a cidade. Aquela que me acolheu durante vinte e nove anos de vida. Aquelas ruas estreitas, sujas, mal cuidadas, mas cheias de histórias. Estava definitivamente na minha cidade, no meu planetinha. Uma viagem no tempo. Jargões são sempre bem vindos para reforçar desabafos. Estar em Goiânia é conhecer um pouco da história do país que cresceu em direção ao centro. É ver o ensaio do que acabou na Capital Federal, Brasília. Antes de Juscelino e o Distrito Federal, tivemos Pedro Ludovico e a transferência da capital da Cidade de Goiás para a planejada Goiânia. Tudo começou aqui. Com o tamanho que os Goianos poderiam dar. Com aquele tamanho caipira de quem já estava cansado de mandar seu ouro para outros estados. E por falar nisso, aí está ele: o Anhanguera. Na praça do Bandeirante.




A praça não existe mais. Mas ainda é ponto de referência no centro da cidade. O Bandeirante está lá. Ganhou um pedestal e fica de olho no movimento. Símbolo do explorador, conquistador, usurpador... E hoje está no centro da Capital.



Engraçado isso. Mas ajuda a explicar um pouco da nossa cultura de oprimido. Talvez por isso o que vem de fora, para nós sempre chamou mais a a tenção.
Talvez por isso, muitos de nós tiveram que sair daqui para depois voltar e ganhar um pouco de visibilidade.
Afinal, quem vem da 'capitar' é sempre melhor.
Bobagem histórica.
Sentado à mesa da cozinha, enquanto a minha mãe prepara um lagarto recheado, meu pai ouve música setaneja - da boa - no som lá de fora, o joão de barro canta enloquecidamente no pé de manga no quintal do vizinho, o sol entra pela janela, um céu azul, fico pensando:
Mal sabem eles que esse lugar é cheio de delícias. Me alegro de conhecer pessoas que reconhecem o valor dessa terrinha. Desse planetinha perdido no planalto central. Seus cantores à moda de viola. Seus artistas estranhos e malucos, suas poetisas velhinhas e rabugentas, suas casas antigas, pobres e coloniais... Seus prazeres gastronômicos. Uma delícia. Uma homenagem.

03 maio 2009

Flashs da Terrinha Encantada...

Aqui os dias começam assim:
Bolinho de arroz com queijo... Cerveja gelada. Em mais um dia quente.



Aqui os dias são vividos assim:
Ótimas companhias. Ninguém se importa se está bem na fita, ou melhor, na foto. Estamos juntos novamente. Sempre estivemos, na verdade. Só fiquei um pouquinho mais próximo de vocês.



Aqui os dias terminam assim...
Dizendo pra gente que não importa onde estamos... O céu é para todos.

01 maio 2009

Raízes...




Acordei protegido pelo céu de Goiânia.
Um dia lindo. Que só é possível nessa cidade.
De uma luz...
De uma claridade...
De um calor...
Acordei protegido pelo céu de minha cidade natal.
E agora comigo ninguém pode mais...
Eu e o céu...
Ninguém pode com a gente.
Estou quente...
Cheio de força...
Protegido pelo céu de Goiânia, minha terra natal.
Com os pés no chão... De volta à minha terra...

Fantasma de mim.

Muito demais.
É o máximo que posso dizer. Hoje fechei mais um porta. Não importa. Que porta que foi. Que torta. É o máximo de mim. Foi o máximo de mim. Hoje conheci meus limites. E aprendi um pouco mais de mim. Aprendi sobre a despedida. Sobre a vida. Hoje eu morri e visitei meus velhos amigos. Assombrei uma criança linda. Revisitei uma família linda. Uma antiga amiga que soube construir uma linda família. E do novo jantar me alimentei da esperança de construir uma família a minha maneira. Branca. De cabelos finos... Meiga... Sorriso invejável.



Minha barba resistiu a uma linda família. E eu fiquei feliz. Com as possibilidades. E as possibilidades. E elas me fizeram estar aqui. Fechando e abrindo pequenos canais. Minha homenagem a pequena Morgana que acabou de nascer na minha vida.
E é tão forte sentir alguém nascendo na vida da gente.
E mais doloroso é sentir alguém morrendo.
Morgana nasce... Quero que goste de mim... Sorria pra mim... Aprenda comigo o que pode ser útil, ou inútil para a vida...
E de repente a morte... Tão próxima... Tão fria... Tão previsível... Sem nenhuma novidade.
Prefiro Morgana que me traz esperança... Que me traz um sorriso alegre... Gratuito. As pequenas mãos de Morgana tiveram medo me tocar.
Mais medo tiveram suas mãos frias. A frieza do tempo...
No final da noite Morgana sorriu pra mim.
No final da noite te neguei um sorriso. Preferi o desconhecido da vida. Como sempre...
Preferi Morgana a você... Morgana no seu silêncio. Na sua calma... A pequena Morgana não sabe, mas carrega em si uma história... Assim como tantas outras... De alguém que conseguiu segui-la por um tempo...
Morgana te mando minha mensagem pelo vento... Minha alegria por um sopro de vida... E relembro um minúscula lição.
Algumas pessoas nascem enquanto outras morrem...
Não há nada mais triste ou alegre em nenhuma dessas situações...
Seja bem vinda minha linda Morgana...
Vá com os anjos parte de mim...
Escolhi a serenidade da vida...
A sutileza...
E que Deus nos abençoe... A mim que torço por um final e a Morgana que merece um belo começo!!!!