28 março 2009

ADRIX

Recebi este texto hoje de uma grande amiga de Goiânia. Adriana (Adrix para os íntimos). Enviei a ela em meados de ‘algum tempo’, não me lembro. Acho que tinha acabado de mudar para São Paulo. Mas tudo bem. Só sei dizer que foi um presente e tanto receber essas palavras. A releitura é sempre interessante.
Não tem título...
Acho que vou chamar de Adrix, é isso.

ADRIX

Qual é o peso da culpa.?
O quão responsável me torno movido pelo peso dela?
Dessa fêmea que me consome aos poucos.
Me dilacera as entranhas me tornando uma pessoa melhor.
Seria a culpa o "alvejante" da alma?
Agindo numa limpeza geral.
A lente que torna a vida mais provável?
Sim, porque a culpa reforça os atos de bondade...
Movidos por ela, é claro.
Mas é dela a capacidade latente de nos amansar a voz,
empalidecer a face,
enrubescer o corpo....
Aliviar e atormentar a mente.
Assim funciona essa fêmea desprezível...
Cheia de manhas e artimanhas...
Chega tarde demais para mostrar como tudo deveria ter
sido feito...
Antes da culpa.

Se todos vivessem como culpados sem nunca ter
cometido crime algum,
o mundo seria melhor.
Seria honesto,
mais humilde,
mais humano,
mais real.

A culpa maltrata tanto que humaniza...
Que harmoniza...
Só não alivia porque está sempre sobre nós...
Nunca muda de posição.
É violenta,
possessiva,
corrosiva...
Que venha a mim toda a culpa que nunca tive. Todo bem
que nunca consegui fazer a ninguém sem sentir culpa.
Abram a jaula dessa fêmea voraz...
Mordaz...
Deixem-na gozar sobre minhas entranhas amargas...
Arraste meu lixo e me torne mais limpo...
me deixe livre...
Tão livre que doa na pele...
Que doa de medo....

18 março 2009

A lente da verdade saiu do ar...

O corpo de Clodovil será enterrado, em São Paulo, às 17 horas.
Parece estranho. Clodovil era uma daquelas pessoas que deveriam ficar eternamente entre nós.
A velha Dercy bem que tentou... Haja hora extra.
Mas Clodovil ainda tinha créditos de permanência. Lembro-me de quando passava as manhãs vendo-o desenhar os seus vestidos de noiva. Aquela fala mole. Trejeitos. Invadindo as casas de um ‘povinho’ cheio de preconceitos. Se não me falha a memória, um programa exclusivamente para o público feminino. E lá estava ele. Sem medo de ser Clodovil. Naquela época já era afiado nos comentários.
Um tempo longe da apresentação, mas não longe dos acontecimentos. Mais tarde vieram os programas de entrevistas. Clô para os íntimos...
Lembram do jargão?
Olhe para a lente da verdade e responda...
A casa é sua...
Hoje a lente da verdade saiu do ar.
O velhinho ‘botocado’ e esticado de plástica se foi.
A 'bichona' elegante de Brasília vai ser substituída por um ex-comandante da polícia militar. Exemplo de testosterona. Contra o aborto. Provavelmente homofóbico de carteirinha. Ou simpatizante por força de expressão.
Quem vai chamar as ‘barangas’ do Congresso de feias? E desafiar o machismo partidário da Capital Federal?
Quando foi eleito, em 2006, com um número recorde de votos, Clodovil admitiu que não sabia fazer política, mas que iria mudar Brasília. Recusou apoio condicional aos homossexuais. Era contra a afetação gratuita. Estava longe de ser um Harvey Bernad Milk. O Deputado mais delicado da história de Brasília morreu antes de apresentar um projeto que pretendia reduzir pela metade o número de cadeiras no Congresso Nacional.
Velamos dois defuntos: Clodovil...
e o seu projeto para reduzir as bocas famintas nas tetas públicas do Planalto Central.
Em todos esses anos uma coisa sempre me chamava a atenção nas entrevistas dadas por Clodovil. A relação que ele mantinha com a mãe adotiva, Izabel. De uma paixão impressionante. Chegava a ser comovente. Hoje, li na internet que os bens do deputado-estilista, por força de testamento, serão doados a uma instituição de caridade. Clodovil morreu sozinho em casa. Foi encontrado pelo assessor. O fruto de todo o seu trabalho e dos processos que move contra emissoras de TV serão doados a uma instituição de caridade. Pelo menos ele teve tempo de fazer o testamento. Quantos Clôs... perdem tudo.
As lembranças da ‘mãezinha do coração’ como ele sempre a chamava perderam o guardião. Vão ficar espalhadas por aí. Provavelmente se tornarão objetos sem nenhum valor. Antes tão ricos de significados.
Clodovil era uma dessas pessoas que parecia que não iria morrer tão cedo.
Empurrou garganta abaixo de muitos um pouco de respeito. De desrespeito também para conseguir respeito próprio...
Caminhar lânguido pelos prédios de Niemeyer.
Se foi o toque de glamour e contradição da dura e pálida Brasília.

05 março 2009

Leituras de mim...

Digamos que esta montagem é uma leitura que uma amiga fez sobre o Mundo de Bob Junior. Prestem atenção no abajur vermelho!!!!!!!



Montagem: Tereza Wanderliza (Belezura/Belezoca)

Bons sonhos...

Silent Night
Damien Rice
Composição: lisa hannigan
silent night broken night
all is fallen when you take your flight
i found some hate for you just for show
you found some love for me thinking i'd go
don't keep me from crying to sleep
sleep in heavenly peace

silent night moonlit night
nothing's changed nothing is right
i should be stronger than weeping alone
you should be weaker than sending me home
i can't stop you fighting to sleep
sleep in heavely peace




Silent Night (tradução)
Damien Rice
Composição: Indisponível
Noite silenciosa, noite quebrada
Tudo cairá quando você tomar seu vôo
Encontrei um pouco de ódio por você
Só pra mostrar
Você encontrou um pouco de amor por mim
Pensando que eu toparia
Não me impeça de chorar até dormir
Dormir na paz celestial

Noite silenciosa, noite de luar
Nada mudou
Nada está certo
Eu deveria ser mais forte e não ficar chorando sozinha
Você deveria ser mais fraco e não me mandar para casa
Eu não posso te impedir de lutar para dormir
Dormir na paz celestial