16 outubro 2009

MARIA NO QUARTEL

Isso foi um sonho, mas bem poderia ser real.
Qualquer semelhança com personagens e fatos reais terá sido completamente proposital.

Era uma longa fila... Uma longa fila de jovens.
O cenário:
Um quartel do exército.
Jovens numa espécie de alistamento. Cada um carregando apenas as suas expectativas. E medos também. Um a um o uniforme era entregue. Em seguida se formava uma imensa fila verde. Estavam prontos para o seu destino.
Minha hora se aproximava. Eu estava na fila.
Era a minha vez de pegar o amontoado de tecido verde musgo e selar para sempre o meu destino. Não tenho a mínima idéia para onde iria e nem de onde havia saído tantos voluntários. Mas, definitivamente estava numa fila e ela, obviamente me levava para algum lugar. Sabe-se lá Deus para onde.
Finalmente o tecido verde encontrou meus braços.
Pesado demais para ser vestido de uma vez só. Armadura disfarçada de uniforme.
Minha primeira reação:
Dar uma olhada no tamanho. “P”. Não me contive.
- “P” é pequeno demais pra mim, senhor!
- Não me diga, disse o cara que parecia comandar a fila. Apenas parecia. Em sonhos não podemos confiar muito nos personagens.
- Acho que preciso de algo maior, senhor.
- Então, fala direito, disse abrindo um sorriso no canto do lábio rodeado por uma barba bem feita.
- Como assim?
- Fala mais rápido! Que preguiça é essa?
- Eu só quero um uniforme maior, senhor! Disse, tentando acelerar as palavras. E não desafinar na frente do pelotão.

Acho que não funcionou.
Não me lembro se ganhei ou não o uniforme em tamanho maior. Não importa. Sonhos são assim. As histórias não precisam ter muito sentido.

Segui em frente naquela fila.
Estranha demais para tentar encontrar explicações. No meio do caminho topo com uma equipe da TV Globo. Isso mesmo. O pessoal do Jornal Hoje estava no quartel prestes a fazer uma exclusiva.
Adivinhem quem estava no quartel?
Não sei.
Uma espécie de colunista cultural. Um produtor e o cara com a câmera, mais conhecido como repórter cinematográfico – é, o cinegrafista. No sonho eles me reconheceram. E eu fiquei feliz. Conversamos por um tempo. Eu, segurando o uniforme. E eles se preparando para a entrevista.
- O que que vocês fazem aqui? Perguntei meio constrangido.
- Vamos fazer uma entrevista exclusiva, responderam com aquele sorriso que só tem os que chegam em primeiro lugar.

Quem poderia ser a tal personalidade dentro do quartel?
- Quer participar da entrevista? Peguntaram.
- Hã!
- Hein!
- Como assim?
- É, precisamos de alguém para tirar umas fotos da equipe, disseram, com cara de quem entrega o maior pirulito para a criança carente.
- É claro que sim. Eu topo demais, disse.

Não me lembro mais onde foi parar o uniforme. Ele simplesmente desapareceu.
Sonhos são bons porque não precisam de lógica nem continuidade.
Deixamos a longa fila verde para trás e seguimos para o cenário da entrevista. E lá, aos poucos foi surgindo a entrevistada.
Sentada languidamente em uma grande cadeira.
Roupa branca, bem larga.
Cabelos pretos. Longos... Bagunçados...
Pés descalços...

No quartel?
Como poderia ser?

Definitivamente eu estava frente a frente com a Maria Betânia.
É gente, a Maria Betânia estava no quartel.
Me olhou, ou melhor, deve ter olhado para toda a equipe, mas como o sonho era meu ela olhou primeiro pra mim. Me (nos) cumprimentou. Mantivemos uma relação por alguns instantes. Tirei algumas fotos. Muito reais para mim.
Cada enquadramento.
Cada personagem da foto.
Eu estava ao lado da Maria Betânia. E não podia tirar nenhuma foto minha com ela. Que agonia.
Todo sonho tem uma agonia. A minha era a farda verde tamanho “P” e não poder estar na foto.
Não me perguntem sobre a entrevista. Não prestei atenção. Mas sei de todos os detalhes daquele rosto. Da máquina fotográfica e dos ângulos que escolhi.
Enfim, a entrevista terminou. Deve ter sido como todas as entrevistas especias que a gente está acostumado a assistir.
Mas uma coisa foi especial. A despedida.
Na saída, Maria Betânia pegou na minha mão. E, por um instante ela não quis soltar. Ela gostou de mim. (O sonho é meu!!!!!!) Eu puxei, naquele instinto de: me larga! (Viu!!!! O sonho é meu!) Mas era a Betânia segurando a minha mão. Rolou um slow na cena. Um pouco de emoção.
Me lembro que acordei... procurando a máquina fotográfica pra ver as fotos.
Voltei a dormir.
Voltei a sonhar...
Dei algumas explicações para o soldado chefe...
E acordei. Às oito da manhã. Não consegui mais dormir.

Como todo sonho tem uma moral, fiquei pensando.
Cheguei a uma conclusão:
Preciso diminuir a cerveja.
E ouvir mais Maria Betânia.

13 outubro 2009

UM POUCO DE HISTÓRIA

Estar de férias entre família é sempre engraçado.
Família é uma instituição engraçada. Isso não é novidade. É a melhor maneira de entender um pouco mais como funcionamos. E releituras são sempre bem vindas. Esta, por exemplo, é minha mãe aos 16...



E o bom das releituras é que sempre podemos fazer coisas diferentes. Os cenários mudam com o tempo, assim como nós também mudamos. E ganham mais cor com o tempo. Ficam mais alegres ou mais serenos.



É o tempo agindo sobre a nossa história. Mas a cerveja continua sempre a mesma. Meu pai desenvolveu a teoria das letras. No fundo da latinha existem duas letras. É a origem da água que faz parte da cerveja. E, dependendo das letras, o gosto muda... Estamos apaixonados pela (JA) , se for (CE) também é boa. Mas (JC) não é nada... nada boa.



O sol está de matar. Ou melhor, de queimar. A água quente. E animais estranhos começam a aparecer... Cuidado com essa gente do cerrado!!!!!! Aprendem a beber, a matar e a caçar desde cedo...



Mas a cara feia não intimida...
Meu braço esquerdo que o diga. Queimei feio durante a viagem até Caldas Novas. De volta das férias vou levar por um tempo, a lembrança dessa gostosa viagem. Sacola térmica com cerveja gelada. Tira gosto dentro do carro. Música da boa. E vento no rosto. Quase uma farofada sobre quatro rodas. Estar o tempo todo com a família tem os momento chatos. Aqueles momentos em que somos tão parecidos que precisamos nos abortar. É... existem versões de nós mesmos. E são uma delícia...



Mas...
Precisamos sair sozinhos agindo como se fóssemos únicos no mundo.
Mas não somos. Temos cópias exatas ou muito parecidas de nós perambulando por aí. Com algumas coisas diferentes. Eu me tornei o integrante tecnológico da família. Tiro as fotos e depois copio para todos. E aproveito para deixar algumas aqui no blog. Descobri e aceitei que sou a versão moderna do meu pai e o seu velho radinho de pilha... E isso é sério... Uma baita responsabilidade...



Neste exato momento acabamos de almoçar. Estamos no apartamento. Foram todos tirar aquele cochilo... Não consigo. O sol do cerrado me mantém em alerta. E a Bohemia JA está estupidamente gelada. Resolvi compartilhar com vocês um pouco do meu tempo. As informações não param de chegar. São várias. Mais até do que consigo publicar. Volto pra casa cheio de informações. E cheio de novidades. A internet está mega lenta. E de mega não tem nada. Mas se esta postagem foi publicada é porque eu consegui. Agora vou abrir mais uma (JA) e deixar vocês com mais uma ou duas fotos.

O calor do fogão caipira...



E um pouco de música...



Ah, tenho duas novas teorias. Ainda irei escrever sobre. Espero um pouco mais de inspiração. Mas elas não param de fervilhar na minha cabeça.
E não se esqueçam: Eu sou uma estrela...!!!!!
Até...

08 outubro 2009

HOJE É SÁBADO???????


Pousamos no Aeroporto Santa Genoveva... (Aeroporto Internacional de Goiânia – Santa Genoveva). Eu e meus trinta e quatro anos de saudade. Temperatura aproximada de 24 graus e subindo. O suor brotando na testa. As lembranças brotando na alma. Caminhamos até o desembarque. O funcionário da infraero enfia a cabeça pela esteira e grita:
Ô pessoal de São Paulo! As malas vão sair pela esteira de número três! Aquela alí ó!
Definitivamente eu estava em Goiânia.
No saguão aquela receptividade de sempre. Cartaz de boas vindas e abraços emocionados. Tão calorosos como o dia nublado... E suado. Suor é uma coisa que a gente logo relembra.
As férias estavam apenas começando.
E começaram bem...
Chegamos em casa. Cerveja gelada na geladeira. Cama arrumada. Presente sobre a cama. Carinho de graça. Vinte e quatro horas por dia.
É só o começo.
E não paro de gritar: Pai... Vem aqui. Mãe... Onde está? Gente vem aqui. Senta aqui. Pai abre mais uma... Mãe... Este feijão está uma delícia... Ainda não me acostumei com o silêncio do Atheneu. Ainda deito e me lembro da casa da luz vermelha e seus sons. Mas é apenas o começo.



01 outubro 2009

ZÉLIA... DE SAIA... DUNCAN

Há em tudo que fazemos uma razão singular.
É que não é o que queremos.
Faz-se porque nós vivemos.
E viver é não pensar.
Se alguém pensasse na vida, morreria de pensamento.
por isso, a vida vivida é essa coisa esquecida entre um momento...
e um momento.
Mas nada importa que seja...
ou até que deixe de ser.
Mau, é que a moral nos reja...
Bom, é que ninguém nos veja.
Entre isso, fica viver.

O texto não é meu. Mas veio bem a calhar...