30 setembro 2009

Um pouco de alegria.

Perdido na rodoviária.

Não existe lugar melhor para uma despedida.
O cenário perfeito. Coisa de filme.
Mas sem câmera lenta.
Aqui a vida passa. É mais uma passageira.
É um vai e vem.
Chega e sai.
Tantas despedidas e encontros marcados.
O imenso relógio é certeiro e pontual. Tudo precisa ser resumido em questão de minutos. Não há espaço para o silêncio.
Pedido de desculpas...
Lembrança aos que ficaram.
Saudade de quem parte.
O alto-falante anuncia personagens que nunca vou conhecer.
Eu, dois Cds, uma calça, um livro e minha escova de dente. Perdidos na rodoviária. Com um medo absurdo de que mais uma vez as palavras tenham força e se tornem real. Na rodoviária tudo é real demais.
O maltrapilho...
que pede esmola.
A velhinha...
que pede ajuda.
A mala...
perdida.
O dinheiro...
roubado.
A criança...
sumida.
Perdida na rodoviária. O tempo passa. Barulho de motor e passos. Por um instante o tempo pára. O abraço de despedida é inevitável.
Longo...
Apertado...
Falante demais para duas pessoas que já disseram tanto. E agora se engasgam com o silêncio. A voz trêmula desejando boa sorte. Um quase choro que provavelmente estourará em lágrima, em breve.
Um calor...
Um abraço...
E a partida.

Voltamos ao ser só.



E a primeira experiência foi descobrir que em despedidas reais não existe câmera lenta. Elas são reais de verdade. De uma verdade quase cruel.
Não é exagero dizer que chega a doer.
O dia está frio.
Meu primeiro dia de ser só começou frio.
Cercado por rostos estranhos.
Idas e vindas.
"Indas" e vidas.
Perdido na rodoviária.

01 PIJAMA, 01 BOLSA... 150 REAIS...

O que eu tenho que te dar é muito mais do que isso. Hoje lavei o pijama e resgatei a bolsa do banco de trás do carro. Mas isso nem precisava ser entregue. É pouco demais... Dois Cds, uma calça e um pijama... Não. Não é isso que precisa ser entregue.
Vamos rasgar nossas caras. Nosso peito.
E lá no fundo, talvez, a gente ache o que realmente precisa ser devolvido. Ou não queremos mais ter de volta. Presentes são bem vindos nessa hora...
Lembranças...
Pra não esquecermos do que fomos capazes. E as lembranças se misturam. Bela mistura. As despedidas são sempre iguais...
Coisas de um lugar temporariamente instaladas em outro endereço... O que muda?
A quantidade de coisas deslocadas... de endereço.
A dificuldade de movê-las e a resistência em tirá-las do lugar.
A resistência...
Não vou devolver boa parte do que peguei de você... São coisas que me fizeram muito bem.
Egoismo é uma novidade pra mim.
Não vou devolver porque não é preciso.
Nessa hora nada é preciso.
Precisamos de pouca coisa. Mas assumo... precisamos... Um pouco de cerveja para enganar o tempo real. E me entregar a um tempo qualquer... Aprender as dores dos fragmentos da realidade. E saber dar de cara com eles e me sustentar. Em pé diante da situação... Ou da oposição. Rever histórias comuns e ver que pessoas são capazes de seguir seus caminhos traçados com agilidade voraz...
Voraz...
Voracidade...
E a emoção se vai...
Meu texto fica frio.
Assim como eu.
Frio.
Cheio de razões. estranhas razões...
Cheio de vida e de compreensão. A frieza é o excesso de compreensão. Odeio escrever textos frios.
Estou longe neste momento.
E talvez um dia esteja mais próximo de coisas simples. Como eu sempre gostei.
Preciso de um pouco de silêncio.
Só preciso. De alguma resposta.
Nessas horas as respostas precisam surgir bem à nossa frente. Caso contrário serão ignoradas solenemente. Como ignoro o meu sono, a minha vontade, a minha dor... a minha vida... Eu.
Meus cabelos cresceram... Hoje de manhã... Caíram na pia do banheiro.
Estou habitando o ralo. Aquele que não transborda mais... Aprendeu a ficar nos limites...
Ontem choveu... e tomei um banho de chuva.
Como quando era criança...
E me lavei...
Da Augusta à Consolação. Me lavei da Augusta à Consolação. E cheguei em casa tão desconsolado.
Minhas lágrimas foram embora com a chuva...
Pelos ralos da Paulista. O pior lugar para lágrimas.
Meu texto está sem vida... Seco demais para ser digno de ser escrito...
Áspero demais para pertencer a mim. Que sempre tentei ser tão suave. As coisas estão ásperas demais.
Seco... Como o meu copo...
Como o meu corpo... Meu espírito. Esvaído. Consumido. Silenciado.
Agora... Lento.
Mais lento.
Era para ser uma dedicatória...
Virou lamento.
Como tudo... Como sempre... Para sempre...
Como tantos lamentos.
Um pouco de silêncio.

29 setembro 2009

EU TENHO UM PRESSENTIMENTO...

Adorei este vídeo.
Música contagiante.
Letra inspiradora.
Baixei para o celular.
Virou a música tema.
Caminhei pela Paulista ouvindo I Gotta Feeling...
Foi uma combinação perfeita...


I Gotta Feeling / Tenho Um Pressentimento

I gotta feelin' / Tenho um pressentimento
That tonight's gonna be a good night / Que hoje à noite vai ser uma noite boa
That tonight's gonna be a good night /Que hoje à noite vai ser uma noite boa
That tonight's gonna be a good good night (x4)/ Que hoje à noite vai ser uma noite muito boa (X4)

Tonight's the night / Esta é a noite
Let's live it up / Vamos viver ao máximo
I got my money / eu tenho meu dinheiro
Let's spend it up / Vamos gastar tudo

Go out and smash it / Sair e arrasar
Like Oh My God / Tipo um Oh Meu Deus
Jump off that sofa / Saia desse sofá
Let's get get off / Vamos sair

I know that we'll have a ball / Eu sei que vamos nos divertir
If we get down and go out / Se nós descermos e sairmos
And just loose it all / E nos soltarmos

I feel stressed out / Eu me sinto estressado
I wanna let it go / Eu quero me livrar disso
Let's go way out spaced out / Vamos muito mais longe
And loosing all control / E perder todo o controle

Fill up my cup / Encha minha xícara
Mazal tov / Parabéns
Look at her dancing / Olha como ela dança
Just take it off / Só tire isso

Let's paint the town / Vamos pintar a cidade
We'll shut it down / Nos vamos acabar com isso
Let's burn the roof / Vamos queimar o teto
And then we'll do it again / E então nós faremos novamente

Let's do it / Vamos fazer
Let's do it / Vamos fazer
Let's do it / Vamos fazer
Let's do it / Vamos fazer
And do it / e fazer
And do it / e fazer
Let's live it up / Vamos viver ao máximo
And do it / e fazer
And do it / e fazer
And do it, do it, do it / e fazer, fazer, fazer
Let's do it /Vamos fazer
Let's do it /Vamos fazer
Let's do it 'cuz / Vamos fazer, porque

I gotta feelin' / Tenho um pressentimento
That tonight's gonna be a good night / Que hoje à noite vai ser uma noite boa
That tonight's gonna be a good night / Que hoje à noite vai ser uma noite boa
That tonight's gonna be a good good night (x2) / Que hoje à noite vai ser uma noite muito boa (x2)

Tonight's the night / Esta é a noite
Let's live it up / Vamos viver ao máximo
I got my money / eu tenho meu dinheiro
Let's spend it up / Vamos gastar tudo

Go out and smash it / Sair e arrasar
Like Oh My God / Como Oh Meu Deus
Jump off that sofa / Saia desse sofá
Let's get get off / Vamos sair

Fill up my cup (Drink) / Encha minha xícara
Mazal tov (Le chaim) / Parabéns
Look at her dancing (Move it Move it) / Olha como ela dança
Just take it off / Só tire isso

Let's paint the town / Vamos pintar a cidade
We'll shut it down / Nos vamos acaba com isso
Let's burn the roof / Vamos queimar o teto
And then we'll do it again / E Então nós faremos novamente

Let's do it / Vamos fazer
Let's do it / Vamos fazer
Let's do it / Vamos fazer
Let's do it / Vamos fazer
And do it / E fazer
And do it / E fazer
Let's live it up / Vamos viver ao máximo
And do it / e fazer
And do it / e fazer
And do it, do it, do it / e fazer, fazer, fazer
Let's do it / Vamos fazer
Let's do it / Vamos fazer
Let's do it, do it, do it / Vamos fazer, fazer, fazer

Here we come / Aqui nós chegamos
Here we go / Aqui vamos nós
We gotta rock / Nós precisamos agitar

Easy come / Vem fácil
Easy go / Vai fácil
Now we on top / Agora nós estamos no topo

Feel the shot / Sinta a batida
Body rock / Agite o corpo
Rock it don't stop / Agite e não pare

Round and round / Em Círculos
Up and down / Pra cima para Baixo
Around the clock / Em volta

Monday, Tuesday / Segunda, Terça
Wednesday and Thursday / Quarta e Quinta
Friday, Saturday / Sexta, Sábado
Saturday and Sunday / Sábado e Domingo

Get get get get get with us / Venha venha venha venha venha conosco
You know what we say / Você sabe o que estamos dizendo
Party every day / Festa todo o dia
Pa pa pa Party every day / Fe Fe Fe Festa todo dia

And I'm feelin' / E estou sentindo
That tonight's gonna be a good night / Que hoje à noite vai ser uma noite boa
That tonight's gonna be a good night / Que hoje à noite vai ser uma noite boa
That tonight's gonna be a good good night / Que hoje à noite vai ser uma noite boa

I gotta feelin' / Tenho um pressentimento
That tonight's gonna be a good night / Que hoje à noite vai ser uma noite boa
That tonight's gonna be a good night / Que hoje à noite vai ser uma noite boa
That tonight's gonna be a good good night / Que hoje à noite vai ser uma noite muito boa

26 setembro 2009

NÃO SÓ ESTA NOITE...

Saí do banho...
Desembacei o espelho do banheiro...
E de repente ele me disse ainda suado...
FICA COMIGO ESTA NOITE... E, ENTÃO SEREMOS FELIZES...

23 setembro 2009

AOS POUCOS...

A casa velha de dois andares.
A garagem de cerâmica vermelha.
Grande aos olhos de uma pequena criança.
A cadeira de ferro. A vitrola. E um vinil.
Até hoje, uma música misteriosa me fazia lembrar uma parte boa da infância.
Mas não conseguia lembrar o nome. Nem tampouco quem cantava.
Só sabia que era uma das canções preferidas do meu avô.
Ao som da vitrola cresci vendo ele e a minha avó deslizarem pela garagem.
Era um tango.
Sofrido, mas delicado.
As reuniões em família quase sempre terminavam em discussão.
Na maioria das vezes.
Quando o pau começava a quebrar, minha mãe corria e desligava a vitrola. Salvava os velhos vinis da ira familiar.
Mas o clima melodramático continuava no ar.
Por vezes a minha avó simulava desmaios para acalmar os ânimos. Mas era tarde demais para retornar aos vinis.
Hoje acordei com uma saudade danada daqueles tempos.
E recebi um presente.
Lá do fundo veio um pequeno trecho da música que o meu avô adorava.
Aos poucos lembrei um pequeno trecho.
O suficiente para resgatá-la por inteiro.

VERMELHO 27 - NELSON GONÇALVES

09 setembro 2009

FERIADO CULTURAL...

Foi um feriado cultural.
Teatro, música e cinema.

Voltei a Nova York ouvindo o DVD ao vivo da Macy Gray. Fantástico. Uma das surpresas do feriado. Cerveja gelada, casa limpa, boa companhia, abajour vermelho bombando. E no vídeo MACY GRAY...
Vestindo um vermelho longo...
e tênis preto e branco. Demais.



Estive em Goiânia por alguns instantes dançando hits dos anos oitenta. Até as duas da manhã. Até a boate ficar lotada e a noite virar uma balada tradicional. Voltei pra casa como quem saía dos bailes do colégio. Com Depeche Mode, Pet Shop Boys... e Erasure... latejando nos ouvidos.



Como na maioria das experiências culturais, algumas bem que poderiam ter sido deixadas pra trás. Assistr OS NORMAIS 2 foi um erro. Mais do mesmo. E como disse o crítico da Folha, "senti saudades do seriado." Pausa para deliciar o melhor bolo de chocolate do mundo, na Oscar Freire. Almoço caseiro. Mais cerveja gelada. E filmes de locadora.

Mas a grande surpresa do feriado foi o musical AVENIDA Q, em cartaz em São Paulo. Uma delícia. De fazer rir e ficar maravilhado com o talento dessa turma.



Resumindo... Foi bom demais. Pena que acabou.

04 setembro 2009

TEMA DO FERIADO

Algo me diz que KUS será o tema do feriado que se aproxima. Descobri esta música por acaso. E adoro acasos. Baixei por engano no computador. Que engano mais gostoso. Vamos de KUS... É como ouvir as Spices de trás pra frente.